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Em fevereiro de 1922,os jesuítas decidiram abrir aqui uma Escola Apostólica ( colégio para internos), ou seja, uma casa para novos jesuítas. A família do Comendador Ananias Arruda, foi quem doou uma parte do Sitio Olho DAgua ao Pe. Antônio de Oliveira Pinto, não só para realizar a construção, e sim para que os jesuítas pudessem tirar do cultivo da terra, o sustento dos seus, oriundos de famílias pobres do interior do Ceará, do Pernambuco e do Piauí. A construção levou mais de 10 anos para finalizar a parte atual; no projeto original o tamanho da Escola Apostólica era o dobro.
Na noite do dia 13 de abril de 1921, no Palácio Episcopal de Fortaleza, Ananias Arruda em um encontro casual com o padre Jesuíta, Antonio de Oliveira Pinto, provincial da Companhia de Jesus no norte do Brasil, tomou conhecimento da intenção da Congregação de construir uma Escola Apostólica no Nordeste. O Padre Pinto encontrava-se em Fortaleza em trânsito para a cidade de Brejo das Bananeiras, no Estado da Paraíba, onde iria vistoriar um terreno destinado a referida construção. Logo, Ananias Arruda o persuadiu a ir à Baturité e juntos visitarem o Sítio Olho Dágua, local indicado por ele, para a construção da Escola.
O Padre Pinto não cogitava construí-la no Ceará por causa das secas periódicas, mas, mesmo assim, aceitou o convite. Ananias Arruda ofereceu, além do Sítio Olho Dágua que seria comprado, por seu intermédio, a preço módico, pela Arquidiocese de Fortaleza, de seu proprietário Cel. Joaquim de Alencar Matos e doado aos Jesuítas, outras facilidades como: toda a cal que seria usada na construção.
O Padre Pinto voltou a Bahia sem nada decidir, mas logo mandou um telegrama com os seguintes dizeres: Aceito Olho Dágua. Padre Pinto. Passados alguns dias, Ananias Arruda recebeu uma procuração para assinar a escritura da doação do sítio e uma carta pedindo para assumir a construção da Escola.
No dia 15 de abril de 1922, foi concluída uma ponte sobre o leito do rio Aracoiaba para facilitar o transporte do material de construção. Em maio do mesmo ano, Ananias Arruda comprou dois sítios anexos ao Olho Dágua: o Jordão Mendes e o Caridade no alto da serra onde seria construída a Casa de Retiros São José.
Para o arrojado projeto da Escola Apostólica, o Padre Antônio de Oliveira Pinto contratou um renomado engenheiro de São Paulo que projetou sua construção numa área de terra de 110 metros de frente por 78 de fundos.
No dia 3 de dezembro do mesmo ano, foi benta a Pedra Fundamental por Dom Manuel da Silva Gomes, Arcebispo de Fortaleza na presença do Ministro da Viação, do Presidente do Estado, do Representante da Inspetoria de Secas, do representante da Rede de Viação Cearense, de jornalistas, religiosos e grande massa popular.
A comitiva do Sr. Arcebispo foi recebida pelo Coronel Ananias Arruda, Padre Antonio de Oliveira Pinto, Monsenhor Manoel Cândido dos Santos e Dr. Abner Vasconcelos, juiz de direito de Baturité.
A pedra fundamental, benta solenemente pelo Arcebispo, foi retirada das ruínas da antiga Igreja dos Jesuítas, na cidade de Aquiraz, no Ceará, demolida quando da expulsão dos jesuítas, no ano de 1748. Em uma cavidade preparada para abrigar a referida pedra foram colocadas, também, várias moedas em circulação, um exemplar do jornal A Verdade, e um precioso pergaminho no qual o Dr. Andrade Furtado, redator chefe do jornal O Nordeste lavrou uma ata histórica da cerimônia que foi assinada pelo Arcebispo, sua comitiva e muitos dos presentes.
Quando do fechamento da cavidade com a pedra, o mestre Abel Maia redigiu o seguinte: Pedra, Ruínas, Igreja Aquiraz P.P. Jesuítas 1748, primeira pedra E. Apostólica P.P. Jesuítas de Baturité, 3-XII-1922.
A partir desse instante ficou Ananias responsável pelo andamento da obra que foi iniciada no dia 3 de janeiro de 1923. Além dele, Dona Libânia de Holanda contribuiu, significativamente, para a construção e o Padre Pinto fez uma verdadeira peregrinação por todo o Brasil angariando recursos.
Em 15 de agosto de 1927, concluída a parte lateral do prédio, foi a Escola Apostólica dos Padres Jesuítas de Baturité, solenemente inaugurada, com a benção de suas dependências pelo Arcebispo de Fortaleza, Dom Manuel da Silva Gomes, e uma missa campal com a participação de um grande número de pessoas.
Ao longo dos anos, a Escola Apostólica de Baturité, ficou conhecida como Mosteiro dos Jesuítas , devido a estrutura da casa, sua antiguidade e caráter religioso.
Hoje, Padre Acrízio sj e irmão Raimundo administram a casa.
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A Maria-Fumaça, replica da locomotiva 106, que percorria o trecho Fortaleza-Baturité
nos Séc. XIX e XX, foi inserida ao pátio da Estação em comemoração do centenário da
Ferrovia Baturité, ela nos oferece a experiência de vivenciar as histórias de vida que, em
suas idas e vindas, construíram as cidades do Maciço de Baturité. Nos remete aos tempos
áureos da operação da linha norte-sul, projetada para se tornar a espinha dorsal do
desenvolvimento do estado do Ceará ainda no Imperio de D. Pedro II, integrando de
maneira estratégica o território do estado, contribuindo ao longo do tempo para a
escoação das produções cafeeiras e algodoeiras da região maciço, transporte de cargas
diversas e de passageiros.
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Antes da fundação da cidade, os índios Jenipapos e Canindés, os primeiros habitantes da Região, já cristianizados, adoravam uma pequena imagem de Nossa Senhora da Assunção. A denominação de Nossa Senhora da Palma (Padroeira do Município), foi criada em 08 de maio de 1758, mas, só foi instalada en 19 de Junho de 1762, sendo o seu primeiro Vigário Patrício Joaquim.
A construção da Matriz de Baturité foi iniciada às custas dos cofres públicos sob a direção de Francisco Xavier de Medeiros, o mestre que também edificou a Matriz de Canindé. Construída no século XVIII, possui arte bizantina com predominação do barroco sendo a única paróquia no Brasil a apresentar estas características.
A igreja dispõe de duas naves, cinco altares, dois sinos e um grande relógio público. Comporta até 3 mil pessoas.
No seu interior há ilustrações de cenas bíblicas em pintura a óleo, em estilo clássico, executadas por artístas da região: Raimundo Siebra e Pe. Luis Bezerra.
Em 1824, durante a Confederação do Equador, a igreja foi transformada em depósito de pólvora e depois de armamentos e munição.
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O Museu Ferroviário da cidade conta a história de uma das primeiras estações ferroviárias do Ceará, cujo prédio foi inaugurado em 1882, ainda no governo imperial de D. Pedro II. A estrada de ferro de Baturité tinha como objetivo o escoamento da produção serrana para a capital cearense, principalmente algodão e café, e a principio seria apenas um ramal da estrada de ferro.
A chegada do trem trouxe desenvolvimento tanto para a cidade de Baturité quanto para as vizinhas. No Museu, o visitante se deparará com peças que contam os tempos áureos dessa época, desde os bancos da antiga estação até mesmo peças dos trens, além de documentos, fotos, mobiliários das antigas residências da região.
A antiga Estação, hoje abriga o Museu Ferrovia Baturité, guarda acervo de peças originais, mobiliário de época das residências locais e vestígios de trilhos.